Certo dia, minha sobrinha e eu vindo da Igreja Matriz de nossa terra natal, paramos na grande praça que é popularmente chamada Praça do Ó, ela havia sido reformada recentemente. De repente dei de cara com um quadro contendo uma imagem de mulher, uma fisionomia forte, um ar de brava guerreira. No exato momento em que eu contemplava a imagem, ouvimos o anúncio do picolé Vitória e minha sobrinha que é chegada a um chocolatinho gelado foi correndo comprar o seu. Enquanto isso, fiquei presa àquela imagem, tentava desviar o olhar, mas aqueles olhos me fitavam e me atraiam, de modo que não conseguia parar de olhar, estava cheia de curiosidades sobre aquela figura, até que num piscar de olhos senti -me direcionada para a placa ao lado, onde continha informações precisas sobre a ilustre figura, tratava -se de Bárbara Pereira de Alencar, a brava mulher que lutou por ideais de liberdade na Confederação do Equador. Olhei novamente para a imagem e em alta voz elogiei Bárbara e sua bravura, nisto chegou minha sobrinha e perguntou quase incrédula: - Titia, você tá falando com um quadro? Rapidamente olhei para Bárbara, pisquei um olho e sorri, prometendo um dia tornar o seu nome mais divulgado ainda. Naquele momento a firmeza do olhar de Bárbara se tornou doce, pareceu que ela realmente havia escutado tudo que falei. Mas na verdade, fui eu que reconhece naquele momento a grandeza daquela mulher e passei a vê-la com um olhar de admiração, ao ponto de até falar que se minha cidade não se chamasse Campos Sales, ficaria super bem chamá -la Bárbara de Alencar. Ouvindo isso, minha sobrinha em tom bem humorado disse: - Que nada, essa terra bem que poderia ser chamada Cidade dos Picolés, porque aqui eles são deliciosos! Nos olhamos e gargalhamos. Mas lá no fundo eu sabia que Bárbara realmente merecia esta linda homenagem.
Esmeralda Costa