sábado, 21 de junho de 2025

Antonio Marcos Bandeira Mestre da Alegria, da Poesia e da Cultura Popular

 




Literatura de cordel

Esmeralda Costa 


Mestre na sala de aula

Foi na arte grande farol

Professor de mil talentos

Com poesia e com rol

De saberes populares

Passou por muitos lugares

Encantou feito arrebol.


Ao lado da sua amada

Lourdinha, parceira e flor

Juntos fizeram caminhos

De cultura e de amor

Antologias em mão

Revelando a união

Em versos de muito ardor.


Na feira e na Bienal

De palhaço ele surgiu

Entre risos e poemas

Com ternura ele sorriu

Nas escolas, no teatro

Fez do riso um grande trato

E o povo todo aplaudiu.


No jornal Vida Brasil

Sua voz atravessou

Do Ceará para o mundo

O seu legado ecoou

Na Suíça fez morada

A cultura tão amada

Que ao cordel tanto honrou.


Com Patativa no peito

Fez da luta uma missão

Do Jangurussú cantou

Com denúncia e emoção

Artista batalhador

Deu sua voz, seu amor

Com toda dedicação.


Foi palhaço, foi amigo

Sempre soube acolher

Fez do riso resistência

Do sofrer, um renascer

Na poesia, um alento

Transformou o sofrimento

Em motivo pra viver.


No Congresso e na Feira

Seu talento reluziu

Entre autores e leitores

Com coragem, ele riu

Fez da cena um manifesto

Do sorriso, mais modesto

De quem nunca desistiu.


Foi na sua amada terra

Que ouviu o trabalhador

Catadores, toda gente

De um destino sofredor

Deu ao povo uma esperança

Com a força da lembrança

E com versos de valor.


Foi bandeira levantada

Pra cultura e pro saber

Levou livros, fez encontros

Ensinando a florescer

Cada sonho reprimido

Cada rima com sentido

Pra quem quisesse aprender.


Quem com ele conviveu

Sabe bem o que é paixão

Por um livro, uma criança

Ou pela arte em profissão

Com seu jeito tão humano

Deixou rastro soberano

De ternura e gratidão.


Desde cedo foi assim

Menino de olhar atento

Brincadeira e poesia

Misturando o sentimento

No quintal, versos nasciam

E as palavras se uniam

Feito riso e pensamento.


Na ACLC guerreiro

Sempre pronto pra lutar

Defendendo o cordelista

E o direito de sonhar

Com colegas, com irmãos

Teceu laços, deu às mãos 

Fez do verso o seu lugar. 


Aos poetas mais recentes

Deu espaço e proteção

A sua mão estendeu

Fez convite e inclusão

Cada jovem que chegava

Com ternura ele abraçava

Feito um mestre na missão.


Com Abelardo e amigos

Hoje habita outro lugar

Mas aqui ficou a herança

Da cultura popular

No sarau e na calçada

Sua história é celebrada

Feito luz a cintilar.


A sua ausência é saudade

Mas também inspiração

Pois Bandeira, com seu riso

Transformou cada estação

No festivo  mês de junho

O cordel dá testemunho 

E lhe rende exaltação.


Hoje a classe dos poetas

Se reúne em oração

Cada um com sua pena

Derramando a emoção

Nos cordéis e nas memórias

Vão ficando suas glórias

Seu legado e paixão.


Lá no céu, entre os amigos

Tem festa e tem poesia

De palhaço e de poeta

Com risada que irradia

Ao lado de Patativa

A voz permanece viva

Ecoando em melodia.


Nas escolas e nas feiras

Nas praças, no coração

Marcos segue em cada verso

Em cada declamação

Na criança que sorria

Na plateia que aplaudia

Fica a sua devoção.


Sua Lurdinha querida

Sabe o bem que ele lhe fez

Foi parceiro, foi amparo

Foi sorriso e altivez

E  mesmo ele estando ausente

Viverá eternamente

Em cada rima outra vez.


Por isso, a nossa bandeira

De saudade vai tremendo

No alto da poesia

Seu nome vai florescendo

Pois poeta verdadeiro

Não se apaga, é mensageiro

De um amor que vai crescendo.


Nos encontros literários

Sua voz sempre ecoou

Na ciranda dos poetas

Com firmeza ele ficou

Foi sorriso, foi alento

Foi palavra, foi talento

Que a cultura levantou.


Cada história que contava

Tinha um traço de ternura

Se era riso, era profundo

Se era dor, era bravura

Transformou seu dia a dia

Em versos com harmonia

Em defesa da cultura.


Desde a infância esse menino

Quis o mundo a colorir

Com papel, com poesia

Começou a construir

Esse dom de ser artista

Humanista e cordelista 

Ensinando a repartir.


Nas ruas de Fortaleza

Fez amigos, fez canções

Distribuiu alegria

Nos encontros, reuniões

Fez do abraço uma ponte

De esperança um horizonte

Conquistando corações.


O palhaço que vestia

Era mais que figurino

Era um gesto de cuidado

Ao adulto e ao menino

E por trás da maquiagem

Tinha amor, tinha coragem

De enfrentar qualquer destino.


Cadeira número seis

Deixou marcas de valor

Com o nome de Bandeira

E com o brilho do amor

Seu patrono lá no céu

Já foi tirando o chapéu 

Pra acolher seu seguidor.


A cultura brasileira 

Foi seu norte, seu lugar

Resgatando tradições

Que o tempo quis apagar

E deu voz aos esquecidos

Deu espaço aos excluídos

Fez do povo o seu cantar.


Em cada manhãs de sol

Também nas tardes de inverno

Seu olhar tinha um brilho

De ternura tão eterno

Quem ouviu sua poesia

Leva a doce companhia

De um legado tão fraterno. 


Lá nas feiras e nos palcos

Onde o riso florescia

Marcos foi aquele mestre

Que o povo todo queria

Com seu jeito tão singelo

Fez do mundo um grande elo

De cultura e de alegria.


A palavra em sua boca

Era fonte de bonança

Quando via um coração

Sofrendo sem confiança

Ele vinha com sorriso

Com um verso tão preciso

Reforçando a esperança.


Na memória dos amigos

Seu afeto vai morar

Cada um leva um pedaço

Do que ele soube doar

Foi presença iluminada

Foi partida inesperada

Que no Céu foi habitar.


E assim o nome Bandeira

Segue firme a tremular

Em estrofes, em projetos

Que ele soube alimentar

Na ACLC, nas calçadas

Nas escolas, nas jornadas

Seu legado vai ficar.

Antonio Marcos Bandeira Mestre da Alegria, da Poesia e da Cultura Popular

  Literatura de cordel Esmeralda Costa  Mestre na sala de aula Foi na arte grande farol Professor de mil talentos Com poesia e com rol De sa...