sábado, 25 de janeiro de 2025

Mestre Lucas Evangelista

 


Autora: Esmeralda Costa 






No sertão de Crateús,

Onde o sol é caloroso,

Nasceu Lucas, violeiro,

De talento grandioso,

Foi poeta e cordelista,

Um artista primoroso.


Desde a infância ele encontrou

Nos cordeis inspiração,

Com seus pais sempre cantando

Os versos da tradição,

Assim ele criou bases

Pra sua grande missão.


Na capital Fortaleza,

Bem na Praça dos Leões,

Com folhetos, violão

Mostrou suas emoções.

Ali ganhou seu espaço,

Cantando belas canções.


E com Pedro seu irmão 

Também grande repentista,

Viajando pelo estado,

Encantando como artista 

Do interior aos estados

Ele foi  protagonista.


Publicou muitos “romances”,

Com cada história tão rica,

E centenas de folhetos

Em sua carreira fica,

Fez da vida o seu cordel

Uma canção que edifica.


Gravou muitas melodias,

Com poemas do sertão,

Discos, fitas e CDs

Levou com dedicação,

Imortalizando a arte

Fincada no coração.


Seus versos foram cantados

Por muitos que ele deu voz,

Com Frank e também Mastruz,

Ressoar foi bem feroz.

De Calango a Asa Branca,

Sua arte foi porta voz..


Luzeiro grande editora

Sua obra publicou,

Pelos cantos do Brasil

O seu verso ecoou.

Levando histórias ao povo

Sua glória se firmou.


E foi com Luzia Dias,

Violeira de talento,

Tocando várias canções,

Para o público atento,

Ouvia a voz encantada

Levando seu puro alento.


Foi artista popular,

Com cultura enraizada,

Do cordel e do repente,

A mente tão inspirada,

Elevando a nossa arte,

Para a história consagrada.


A música e poesia

Tinham todo o seu valor,

Com rimas elaboradas

Cantava sempre o amor,

Das festas às romarias,

Era vida em seu labor.


Dos folhetos lá nas feiras

À viola no terreiro,

Lucas fez da sua voz

Um legado verdadeiro,

Mostrou ao mundo o valor

De um humilde violeiro.


E não tinha uma praça

Que ele não tivesse ido,

Com seu irmão ou sozinho,

O verso nunca perdido.

Era mestre da cultura,

Sempre muito bem querido.


Nos seus temas abordava

O que o povo mais vivia,

Seja amores ou tristezas,

Com genial poesia.

Seu cordel era um espelho,

Uma bela melodia.


No improviso, repentista,

Era mestre do repente.

Inventava ali na hora

Palavras que fazem gente

Chorar ou também sorrir

Com emoção bem presente.


De Crateús ao Brasil,

Levou sempre sua essência,

Respeitado por artistas

Por sua forte influência.

Com palavras inspirou

O valor da existência.


Seu nome ecoa distante,

Onde o folheto passar,

Nas fitas, discos, CDs,

Sua obra vai brilhar.

Pois Lucas sempre viveu,

Pra cultura eternizar.


Um poeta bem gigante,

Da cultura nacional,

Que nasceu no meu Nordeste,

De raiz tradicional.

Cantou com força e beleza,

Com talento sem igual.


No sertão sua memória

Sempre viva vai estar,

Na poesia dos mestres,

Nas canções de emocionar.

Lucas é arte sublime,

Que Deus quis eternizar.


É Lucas Evangelista,

Um farol pra geração.

Deixou seu legado vivo

Na poesia do sertão.

Seu nome será lembrado

Como a voz da tradição.


Hoje é dia de saudade,

Um grande luto ficou,

De Lucas Evangelista,

O mestre que tanto honrou,

Partiu para eternidade,

Mas sua arte aqui fincou.


Um dos últimos gigantes,

De uma geração de ouro,

Que cuidou do nosso verso

Qual precioso tesouro,

Partiu deixando um legado,.

Valioso e duradouro.


Com Paulo Nunes Batista,

E Manuel D'Almeida Filho,

Dividiu a poesia,

Foi exemplo e grande brilho,

Lá na editora Luzeiro,

Onde firme foi seu trilho.


Com Minelvino Francisco,

Manoel Pereira também,

Formou a escola dourada

Que o cordel ainda tem.

Hoje perdemos mais um,

Temos coração refém.


Foi com Rodolfo Coelho,

Nem melhor e nem pior

Com Caetano Cosme, gênios

Que fizeram seu melhor.

Lucas seguiu para a pátria

Onde o verso é bem maior.


Joaquim Batista de Sena,

Francisco Sales, a lenda

Tantos nomes imortais

Nessa geração ascenda.

Lucas hoje reencontra

Na luz que a todos acenda.


Era o último dos mestres,

Dessa era tão gloriosa,

Deixou um vazio imenso

Na terra tão preciosa.

O cordel hoje lamenta

A perda tão dolorosa.


Seu repente silenciou,

Mas só no mundo mortal,

Pois no céu, com sua lira,

Versa seu canto imortal.

Deixa aqui o seu legado,

Patrimônio cultural.


Hoje chora o Ceará,

A cultura nordestina,

É saudade em Fortaleza,

Na praça, tão peregrina,

Onde Lucas declamava,

Com presença tão divina.


O sertão está mais triste,

Cordel perdeu uma voz.

Nosso Evangelista parte,

Deixando um brilho feroz.

O seu nome segue eterno

Ecoa qual porta voz.


Nos folhetos espalhados,

De cordeis pelo sertão,

Sua memória perdura

No verso, na inspiração.

Lucas vive nas palavras,

Na alma e no coração.


Mas se hoje o Nordeste chora,

É porque sabe o valor

De quem lutou pela arte,

E fez dela um esplendor.

Vá em paz, Lucas querido,

Nosso eterno trovador.



2 comentários:

  1. Merecida homenagem a esse grande poeta que partiu, mas que deixou seu nome e sua arte eternizados.

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  2. Belíssima e merecida homenagem. Parabéns, poetiza e obrigado por semear arte e memória popular.

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Mestre Lucas Evangelista

  Autora: Esmeralda Costa  No sertão de Crateús, Onde o sol é caloroso, Nasceu Lucas, violeiro, De talento grandioso, Foi poeta e cordelista...