Literatura de Cordel
Esmeralda Costa
Com respeito e emoção,
Eu começo esta homenagem,
Ao mestre que nos conduz,
Na estrada da aprendizagem,
Que ensina com paciência,
Faz da vida uma viagem.
Professor é mensageiro,
Da luz que a mente clareia,
Faz do saber um jardim,
Que o tempo todo semeia,
Ele planta em cada aluno,
A fé que o mundo permeia.
Já desde o berço da história,
Seu ofício é nobre e santo,
Fez do giz a sua espada,
Da lousa um eterno manto,
E da escola fez morada,
Pra ensinar amor e encanto.
Com esforço e vocação,
Sustenta a sabedoria,
Lapidando alma e razão,
Com garra e com maestria,
É mestre e também artista,
No palco da academia.
Nem sempre é valorizado,
Mas nunca perde a esperança,
Segue firme na missão,
Cultivando a confiança,
Pois sabe que seu trabalho,
Constrói sonhos e bonança.
Ensina o valor da vida,
Da justiça e da verdade,
Mostra o peso da mentira,
E a força da liberdade,
Forma o ser para o futuro,
Com fé, com dignidade.
No suor do seu ofício,
Há renúncia e há paixão,
Cada aula é um pedaço,
Do seu nobre coração,
Que se doa inteiramente,
Sem buscar compensação.
Professor semeador,
De virtudes e bondade,
Que cultiva em cada aluno,
Uma flor de humanidade,
E faz do saber um rio,
Que leva paz e amizade.
Foi no século passado,
Que a data se originou,
Em terra Catarinense,
Um marco então se firmou,
Lei estadual primeira,
Que Antonieta criou.
Antonieta de Barros,
Mulher negra, destemida,
Professora e jornalista,
De coragem bem provida,
Fez da palavra um clarão,
Que iluminou nossa vida.
A primeira negra eleita,
Deputada no Brasil,
Ergueu a voz firme e doce,
Com saber forte e sutil,
Defendeu a educação,
Como valor tão varonil.
Mil novecentos e oito,
Santa Catarina então,
Projeto foi sancionado,
Com orgulho e gratidão,
E foi José Boabaid,
Que assinou de coração.
Assim no quinze de outubro,
O feito se consagrou,
E só quinze anos mais tarde,
Brasil inteiro abraçou,
Quando João Goulart, o chefe,
A lei federal firmou.
A data homenageou,
Forte decreto de outrora,
Quando o imperador criou,
Grandes escolas da aurora,
Foi em mil e oitocentos
Vinte e sete sem demora.
Antonieta afirmava,
Com toda convicção:
Não há quem não reconheça,
Luz da civilização,
O inestimável serviço,
Do mestre na educação.
As palavras ecoaram,
Com força e sabedoria,
Fez-se eterna sua voz,
De luta e de poesia,
Que exaltou o professor,
Com verdade e ousadia.
Esse mestre é quem prepara
Para as demais profissões,
É dele que nasce o médico,
O juiz, os campeões,
Pois sem o dom de ensinar,
Não há realizações.
É farol que nunca apaga,
Mesmo em noite escurecida,
Transforma dor em lição,
E queda em nova subida,
É ponte que liga sonhos,
Ao porto da própria vida.
Com o livro e o caderno,
Faz revolução serena,
Vence o medo e a ignorância,
Com a palavra tão plena,
Que esse mundo só progride,
Por ter professor na cena.
No olhos de um estudante,
Tem traços do seu amor,
Cada sorriso que nasce,
Motiva o bom professor,
Que ensinou com paciência,
O sentido do valor.
Ser mestre é ser jardineiro,
De mentes em flor se abrindo,
É ver brotar no futuro,
O saber se expandindo,
E sentir no coração,
O tempo novo sorrindo.
Por isso, neste cordel,
Deixo singela homenagem,
Ao mestre de todo dia,
Que cumpre a nobre mensagem,
De transformar cada mente,
Num farol de aprendizagem.
Que o Brasil o reconheça,
Com respeito e com amor,
Que o futuro desta pátria,
Depende do professor,
Que ensina e também liberta,
Com saber libertador.
E que Antonieta inspire,
Cada sala e coração,
Sua luta ecoa viva,
Na firme e eterna lição,
De que ensinar é plantar,
Esperança em cada ação.
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